Sete hospitais cadastrados na rede SUS de Belo Horizonte suspendem cirurgias ortopédicas eletivas
22/01/2025
Segundo o documento da prefeitura, o motivo é a alta demanda por leitos hospitalares. A previsão inicial é que a suspensão permaneça em vigência até o dia 5 de fevereiro. Entrada do Hospital das Clínicas da UFMG, em BH
Reprodução/TV Globo
Sete hospitais cadastrados na Rede SUS de Belo Horizonte suspenderam a partir desta quarta-feira (22) as cirurgias ortopédicas eletivas – que são agendadas.
As unidades hospitalares afetadas são:
Hospital da Baleia
Hospital das Clínicas da UFMG
Hospital Evangélico
Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro
Hospital São Francisco de Assis (Unidade Santa Lúcia)
Santa Casa de Belo Horizonte
Hospital da Faculdade de Ciências Médicas
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o motivo é a alta demanda por leitos hospitalares ortopédicos. Apenas os procedimentos de urgência serão realizados.
Ainda de acordo com a prefeitura, a previsão inicial é que a suspensão permaneça em vigência até o dia 5 de fevereiro.
A PBH informou também que a estratégia faz parte de um plano de ações da Secretaria Municipal de Saúde. A média diária atual é de cerca 100 pacientes em busca de leito ortopédico de urgência.
Por causa da alta procura, a medida é necessária para garantir atendimento ágil aos pacientes que chegam aos hospitais em situações mais graves.
"O conteúdo deste ofício, ele solicita que os hospitais interrompam as cirurgias eletivas ortopédicas por 15 dias exatamente para gente contigenciar e oportunizar o bloco cirúrgico destes hospitais para que eles realizem cirurgias de urgência exatamente porque a gente tem hoje uma demanda, teve uma demanda nessa primeira quinzena de janeiro, nos primeiros 20 dias, ampliada de cerca de 30% de demandas de urgências ortopédicas nas nossas portas de urgências que são as UPAs, os hospitais que atendem as urgências de uma forma geral. A gente não deseja que gente com essa cirurgia marcada seja desmarcada, então, a gente autoriza que o hospital faça esse caso, atenda esse caso para que esse paciente não perca, mas que ele não agende novos casos nesse período e com isso, a gente abre então essa agenda para novas solicitações da Central de Internação", explicou o subsecretário municipal de Atenção à Saúde de BH, André Menezes.
O que dizem os envolvidos
Hospital da Baleia
"O Hospital da Baleia informa que recebeu o ofício e está ciente da determinação. Esclarece que o fluxo de pacientes atendidos pela instituição com cirurgias eletivas ou de emergência é definido pela Secretaria Municipal de Saúde, quem detém controle sobre a lista de espera para procedimentos. Em 2024, o Hospital da Baleia realizou 5.419 cirurgias de ortopedia e traumatologia de pacientes SUS."
Hospital Evangélico
"O Hospital Evangélico de BH está ciente dessa nova diretriz da Secretaria Municipal de Saúde de BH. O Hospital Evangélico de Belo Horizonte já oferece esse tipo de atendimento e, a partir de hoje, 22 de janeiro, vai ampliar sua agenda para a oferta de cirurgias de urgência. Atualmente, a instituição filantrópica tem 60 cirurgias ortopédicas eletivas já agendadas. O prazo máximo para que elas sejam feitas é de até 90 dias, conforme a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte."
Hospital das Clínicas da UFMG
"O Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh informa que até o momento não recebeu nenhum comunicado da Rede SUS-BH sobre uma possível suspensão da realização de cirurgias eletivas ortopédicas."
Superlotação no Risoleta Neves
Por causa da superlotação, o Hospital Risoleta Tolentino Neves – um dos pronto-socorros mais importantes para urgências e emergências vindas de Belo Horizonte e Região Metropolitana – suspendeu os atendimentos a partir desta quarta-feira (22).
Ainda de acordo com o hospital, a diretoria notificou a situação à Rede de Urgência e Emergência de BH e solicitou apoio no processo de transferência de pacientes para outras unidades da Rede SUS.
Conforme a instituição, o anúncio é para esclarecer e alertar a população sobre a situação atual no Risoleta Neves, referência na Região Norte da capital.
Bloco cirúrgico fechado no Maria Amélia Lins
No dia 6 de janeiro, o bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), no bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi fechado. A danificação de uma peça do arco cirúrgico, equipamento essencial para precisão nos procedimentos cirúrgicos, teria sido a gota d'água.
Pacientes e funcionários tiveram de ser transferidos para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que terá um aumento de pelo menos 200 cirurgias por mês.
Não há previsão de que bloco do HMAL volte a funcionar.
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